quarta-feira, 30 de maio de 2012

Aderências nas Trompas



As aderências pélvicas são faixas anómalas de tecido cicatricial, que se formam na pélvis e fazem com que os órgãos fiquem colados ou unidos uns aos outros. As aderências ocorrem na maioria das mulheres que são submetidas a cirurgia pélvica. E, no entanto, muitas mulheres pouco sabem acerca das aderências e não discutem o assunto com os seus médicos antes de serem submetidas a uma cirurgia ginecológica (nem mais tarde, quando se desenvolvem esses problemas). Mas deveriam fazê-lo.


Como se formam as aderências? 

Todos os órgãos abdominais e pélvicos, excepto os ovários, estão pelo menos parcialmente envolvidos numa membrana transparente denominada peritoneu. Quando o peritoneu fica traumatizado durante uma cirurgia ou de qualquer outra forma, o local que sofre o trauma fica inflamado. A inflamação é normal, fazendo mesmo parte do processo de cicatrização. Mas a inflamação também contribui para a formação de aderências, encorajando o desenvolvimento de faixas fibrosas de tecido cicatricial (denominadas matriz de fibrina). 

Normalmente, estas faixas de fibrina acabam por se dissolver através de um processo bioquímico denominado fibrinólise, e o local traumatizado continua a cicatrizar. No entanto, por vezes, a natureza da cirurgia tem como resultado uma diminuição do afluxo de sangue a essas áreas (um problema denominado isquemia), que pode suprimir a fibrinólise. Se as faixas de fibrina não se dissolverem, podem transformar-se em aderências, que irão desenvolver-se ligando ou unindo órgãos ou tecidos pélvicos que normalmente estão separados.

As aderências são frequentes? 

As aderências são uma ocorrência comum após uma cirurgia pélvica ou abdominal. As aderências também são vulgares nas mulheres que sofrem de doença inflamatória pélvica (DIP), endometriose ou doenças sexualmente transmissíveis. As probabilidades de se formarem aderências após uma cirurgia e os problemas que daí podem resultar variam com base em variados factores - por exemplo, o tipo de cirurgia efectuado, o número de cirurgias efectuadas anteriormente, a técnica cirúrgica utilizada durante o procedimento e a sua própria predisposição individual para a formação de aderências.


Que problemas podem ser causados pelas aderências? 

Embora a maioria das aderências não causem problemas, podem dar origem a toda uma variedade de complicações potencialmente graves, incluindo:
  • Dor pélvica: As aderências são uma causa muito comum de dor pélvica - calcula-se que cerca de 38% das mulheres que sofrem de dor pélvica têm aderências. As aderências causam dor pélvica porque unem órgãos e tecidos que normalmente estão separados, "atando-os", essencialmente, de forma a que as pressões e os estiramentos inerentes aos movimentos do dia a dia irritam os nervos que se encontram mais próximos.
  • Dor durante as relações sexuais: As aderências também podem causar dores durante as relações sexuais (um problema denominado dispareunia).
  • Infertilidade: As aderências que se formam em resultado de alguns tipos de cirurgia ginecológica, especialmente cirurgias das trompas e cirurgias para remoção de fibromiomas (miomectomias), são uma causa muito comum de infertilidade. As aderências entre os ovários, as trompas de Falópio ou as paredes pélvicas podem bloquear a passagem do óvulo dos ovários para as trompas de Falópio e através destas. As aderências em torno das trompas de Falópio também podem dificultar ou impossibilitar a chegada do esperma ao óvulo.
Imagem Aderências nos órgãos pélvicos
O que pode causar aderências?
A endometriose é uma condição em que porções de tecido semelhante ao endométrio se unem às superfícies de outros órgãos na pélvis (como os ovários e as trompas de Falópio) e na cavidade abdominal. A endometriose pode desenvolver-se com estimulação hormonal, provocando dor, inflamação e tecido cicatricial, e também pode provocar infertilidade.

Como são tratadas as aderências?


A única forma de tratar as aderências consiste em removê-las ou separá-las através de cirurgia. Este procedimento denomina-se adesiólise/lise de aderências. Estudos têm demonstrado que as pacientes com dores pélvicas e aderências graves podem apresentar uma redução acentuada dos sintomas após adesiólise laparoscópica. Além disso, a infertilidade devido a aderências pélvicas pode ser tratada com sucesso através de adesiólise/lise de aderências em aproximadamente 40-60% das pacientes.
No entanto, uma das razões pelas quais as aderências são tão problemáticas é o facto de, em mais de 70% dos casos, elas voltarem a formar-se após a adesiólise. Consequentemente, a prevenção da formação de aderências tem uma importância crucial.

3 comentários:

Anonymous disse...

1) Do que provem a ENDOMETRIOSE?
2) O fato de ter uma das trompas coladas pode provocar desconforto ou problemas à saúde da pessoa?
3) Se a pessoa se negar a fazer uma talvez cirurgia há risco de saúde para aportadora?

Soraia Costa disse...

Endometriose é a existência de endométrio em outras partes do corpo - como ovários, tubas (ou trompas), parte externa e parede do útero, bexiga, peritônio (revestimento interno do abdômen), diafragma, intestino delgado e reto. E podem surgir vários focos. A cada menstruação haverá sangramento onde existir endométrio.

Não, o único problema é que a trompa estando imóvel impedem a passagem do óvulo para a cavidade uterina como inflamações ou pode ocorrer a fertilização na trompa causando uma gravidez ectópica.

Sim, pois a dor pode ser grande e é aconselhável uma visita ao ginecologista especialista em endometriose.

Bjs e boa sorte!

Thamires Silva disse...

Bom Dia! Sofri um acidente de moto ha quatro meses, tive fratura na pelve e no punho por isso fiquei dois meses imobilizada com ficxadores externo, depois que tirei os ficxadores engravidei... Estou de dois meses e sinto dores que nao sentia depois da cirurgia... Tenho medo de ser uma gravidez arriscada e com mts dores... Tem como eu saber se vai ser uma gravidez totalmente normal?